Nos últimos anos tem-se verificado uma mudança no perfil das entradas de estrangeiros em Portugal. Não apenas o fluxo global de entradas diminuiu (em especial entre 2008 a 2014), como se verifica uma alteração nos perfis das entradas, com o aumento da importância relativa de alguns fluxos - caso dos estudantes, de investigadores e altamente qualificados, do reagrupamento familiar e, de forma mais ténue, de reformados- e diminuição de outros- entradas para o exercício de atividades subordinadas. Deste modo, se é verdade que o número de estrangeiros em Portugal tem vindo a diminuir nos últimos anos, também é verdade que, analisando em detalhe o perfil dos que entram, o país está a atrair e/ou a reforçar novos perfis de imigração.

 

A distribuição dos vistos de residência por razão de entrada em Portugal em função do sexo mostra perfis ligeiramente distintos entre as mulheres e os homens estrangeiros. No que diz respeito aos vistos de residência para atividade de investigação ou altamente qualificada verifica-se que nos últimos anos são os homens que predominam com pouco mais de metade do total de vistos (55,3% em 2013 e 54,9% em 2014). Já nos vistos de residência por estudo, intercâmbio de estudantes, estágio profissional ou voluntariado em 2013 são as mulheres quem mais se destacam (52,2%), situação que se altera, com uma pequena diferença de 2 pontos percentuais, em 2014 em que os homens atingem os 51% e as mulheres 49%. Por sua vez, constata-se uma situação contrária nos vistos de mobilidade de estudantes do Ensino Superior em que em 2013 a maioria dos estudantes é homem (58,1%) e em 2014 predominam as mulheres (54,2%).

 

Para mais detalhes acerca destes dados consultar a Coleção Imigração em Números deste Observatório, nomeadamente o Relatório Estatístico Anual 2016 (Oliveira e Gomes, 2016), o subcapítulo 2.1. (pp. 47-52) e o Relatório Estatístico Decenal (Oliveira e Gomes, 2014), bem como o separador das compilações estatísticas, consultar os dados acerca de Entradas, Saídas e Permanências de Estrangeiros.