A última década ficou marcada pelo aumento substantivo do número de estudantes estrangeiros no Ensino Superior português. No ano letivo de 2013/2014, os alunos estrangeiros correspondiam a 33.283 inscritos, registando um crescimento de 8% face ao ano letivo anterior. Desde o início desta década (ano letivo 2010/2011) os alunos estrangeiros inscritos no Ensino Superior português apresentaram uma taxa de variação de +52,5%.
Entre os anos letivos 2011/2012 e 2013/2014 o grau do Ensino Superior que registou maior número de alunos estrangeiros foi o grau de licenciatura. No ano letivo de 2011/2012 os alunos estrangeiros no grau de licenciatura eram 16.083, correspondendo a 56,1% do total de alunos estrangeiros inscritos no Ensino Superior. Já no ano letivo 2012/2013 os alunos estrangeiros a frequentar licenciaturas perfaziam 17.510, traduzindo 56,9% do total de estudantes estrangeiros inscritos no Ensino Superior. Por último, no ano letivo 2013/2014 os alunos estrangeiros matriculados no grau de licenciatura eram 18.282, o que corresponde a 54,9% do total de estudantes estrangeiros inscritos no Ensino Superior.
De notar, ainda assim, que a importância relativa dos alunos estrangeiros de mestrado e de doutoramento aumentou entre os anos letivos 2012/2013 e 2013/2014 – de 30,5% para 31,0% e de 12,0% para 13,4%, respetivamente. Em termos absolutos, entre estes três anos letivos, os alunos estrangeiros de mestrado registaram um crescimento de 9.148 para 10.306, tendo os alunos de doutoramento aumentado de 3.220 para 4.456.
Nos três anos letivos analisados, o grau de Ensino Superior que registou maior número de diplomados estrangeiros foi o grau de mestrado. No ano letivo de 2011/2012 os diplomados estrangeiros que obtiveram o grau de “mestre” foram 1.849, correspondendo a 50,5% do total de diplomados estrangeiros do Ensino Superior português. Quanto ao ano letivo 2012-2013 os diplomados estrangeiros que adquiriram o grau de “mestre” perfaziam 1.667 (46,3% do total). Em 2013/2014 os diplomados estrangeiros que obtiveram o grau de “mestre” foram 1.763 correspondendo a 51,8% do total de diplomados do Ensino Superior português.
Na segunda posição encontram-se os diplomados com o grau de licenciatura que entre os anos letivos de 2011/2012 e 2013/2014 representavam 41,4%, 40,6% e 33,7% do total de diplomados estrangeiros, respetivamente. Contudo, ainda neste grau nota-se uma diminuição de -24% no número de diplomados estrangeiros (passou-se de 1.517 em 2011/2012 para 1.148 em 2013/2014), a que não é alheia a sobre representação de estudantes estrangeiros de programas temporários de mobilidade internacional nesse nível de formação que se inscrevem em anos letivos específicos de intercâmbio, mas não se diplomam no país. Por contraste, nos graus de Mestrado e Doutoramento verifica-se a tendência inversa entre os anos letivos 2012/2013 e 2013/2014: o número de estrangeiros que obteve o grau de “mestre” aumentou +6% entre 2012/2013 e 2013/2014 (passou de 1.667 para 1.763), sendo esse aumento de +12% no grau de “doutor” (passou de 388 para 433).
Analisando o número de estrangeiros inscritos no Ensino Superior português no ano letivo 2013/2014 verifica-se que os principais países de origem dos diplomados estrangeiros são por ordem decrescente, o Brasil (com 1.023 diplomados, correspondendo a 30% do total de diplomados estrangeiros), Angola (515 diplomados, representando 15,1%), Cabo Verde (338 diplomados, equivalendo a 9,9%), Espanha (209 alunos, traduzindo a 6,1%), Moçambique (132 diplomados correspondendo a 3,9%), Itália (123 diplomados, representando 3,6%) e Alemanha (122 diplomados, equivalendo igualmente a 3,6%). Face ao ano letivo de 2012/2013 mantêm-se as mesmas nacionalidades nas primeiras posições. Estas tendências constatam-se também em anos letivos anteriores.
Para aprofundar o tema veja a Coleção Imigração em Números, nomeadamente o Relatório Estatístico Anual 2016 (Oliveira e Gomes, 2016), o subcapítulo 3.1. (pp. 65-74), o Relatório Estatístico Decenal (Oliveira e Gomes, 2014), e o separador das compilações estatísticas acerca de Formação, Educação e Equivalências.