Empresários Imigrantes nas coleções do OM

Empresários Imigrantes nas coleções do OM

O Observatório tem vindo, desde a sua génese em 2002, a contribuir para aprofundar o conhecimento sobre os empresários imigrantes, através da publicação de estudos e da sistematização e análise de dados estatísticos e administrativos que aqui se destaca:

 

Coleção Estudos

 

 

ESTUDO OM 65: Empregadores e Empreendedores Imigrantes: Tipologia de Estratégias Empresariais, de Catarina Reis de Oliveira, outubro de 2019: Este estudo contribui para a compreensão das determinantes das iniciativas empresariais dos imigrantes em contextos de acolhimento e demonstra a diversidade de estratégias empresariais imigrantes. Focando o caso português de 1981 a 2018, o estudo demonstra que o empreendedorismo é mais expressivo entre os estrangeiros residentes e que o peso destes no total de empresários em Portugal tem crescido. Portugal não é, nesse sentido, um caso excecional, embora para a investigação das estratégias empresariais de imigrantes o caso português mostra-se ser bastante interessante de analisar, não apenas porque permite realçar o impacto de inúmeros determinantes que afetam o comportamento empresarial dos imigrantes – e.g. impactos das mudanças do enquadramento legal e institucional na iniciativa empresarial -, como também possibilita demonstrar que as estratégias empresariais são bastante diversas, não se circunscrevendo às tipificadas estratégias étnicas. O estudo considera a interferência de cinco grandes esferas de mobilização de recursos e de oportunidades para a iniciativa empresarial imigrante: (1) o enquadramento legal e institucional; (2) o mercado de trabalho e o sistema económico; (3) a receção social e a opinião pública; (4) as oportunidades e recursos comunitários, e, finalmente, (5) os recursos pessoais. Transversal à análise das dimensões explicativas consideradas para as estratégias empresariais imigrantes, a análise contempla quatro níveis: (a) sociedade de acolhimento (Portugal), (b) os municípios portugueses e contextos locais, (c) os grupos imigrantes, e (d) os indivíduos. O livro desenvolve uma tipologia de estratégias empresariais de imigrantes, mostrando evidências empíricas para três ideais-tipo de estratégias empresariais – Estratégias Comunitárias, onde se integram as Estratégias Étnicas, Estratégias Pessoais e Estratégias de suporte institucional. O livro apresenta conclusões no âmbito da compreensão do fenómeno social das estratégias empresariais de imigrantes em contextos de acolhimento, chegando a algumas recomendações para o contexto português e que evoluem face ao recomendado quinze anos antes no volume 10 desta mesma Coleção de Estudos do Observatório das Migrações e da autora (Oliveira 2004), reconhecendo as profundas mudanças no contexto legal e institucional português neste domínio na última década e meia. Estudo OM aqui.

 

ESTUDO OM 31: As características da imigração em Portugal e os seus efeitos no comércio bilateral, de Horácio C. Faustino (coord.), João Peixoto e Patrícia Baptista, março de 2009: Este estudo faz a caracterização da imigração portuguesa no período 1995-2006 e estima os efeitos do aumento do stock de imigrantes, do aumento da percentagem dos imigrantes altamente qualificados na indústria transformadora e dos imigrantes empregadores sobre o comércio bilateral de Portugal com 38 países. Estes 38 países, que incluem os nossos parceiros da UE27 e cinco PALOP, representavam, em 2006, 83% do comércio de bens de Portugal e 89% do stock de imigrantes. A caracterização da imigração é feita recorrendo aos dados do INE, do SEF e dos Quadros de Pessoal (micro-dados). Complementarmente, é feita a caracterização do comércio de Portugal com estes países recorrendo a vários indicadores, nomeadamente aos índices de comércio intra-sectorial. Estudo OM aqui.

 

ESTUDO OM 10: Estratégias Empresarias de Imigrantes em Portugal, de Catarina Reis Oliveira, dezembro de 2004: Durante os últimos trinta anos empresários imigrantes dispersaram-se por Portugal e desenvolveram novas estratégias de inserção económica: revitalizaram ruas comerciais com novos produtos, definiram novas técnicas de marketing e abriram ligações comerciais com outros empresários étnicos, por vezes residentes noutras sociedades de acolhimento. Com o intuito de explorar estas novas formas de organização do trabalho introduzidas pelos imigrantes e seus descendentes, este estudo procurou caracterizar as estratégias empresariais dos estrangeiros residentes em Portugal e fornecer assim uma nova leitura do fenómeno imigratório, contrariando as conotações pejorativas que ligam os estrangeiros à exclusão laboral. Desta forma, dada a importância que este tema pode assumir nas estruturas económicas, sociais, políticas e culturais da atualidade portuguesa, o estudo das estratégias empresariais não só é uma chamada de atenção para uma nova leitura acerca dos contributos da imigração, mas também mostra formas alternativas para a mobilidade económica de imigrantes, conforme se tem observado em outros países de acolhimento de estrangeiros. Estudo OM aqui.

 

Coleção Teses

 

TESE OM 2: Empresários de origem imigrante: estratégias de inserção económica em Portugal, de Catarina Reis de Oliveira, setembro de 2005: No passado acreditou-se que os empregos em empresas de imigrantes eram equivalentes ao segmento inferior do mercado de trabalho das sociedades de acolhimento, e que diminuíam as possibilidades de mobilidade social futura. Porém, estudos mostraram que esse não é o caso. Empregos em empresas de coétnicos podem ser a melhor forma de aceder a posições de supervisão e liderança, e de adquirir o capital necessário para o desenvolvimento de negócios próprios. Investigações mostraram ainda que as qualificações adquiridas na origem podem ser melhor recompensadas em firmas étnicas. Também a experiência profissional conseguida em firmas de conterrâneos significa, em muitos casos, a chave para o desenvolvimento de atividades independentes. Em Portugal os empresários imigrantes tornam-se mais visíveis a partir da década de 1990, desenvolvendo novas estratégias de inserção económica no país. Com o intuito de explorar essas novas formas de organização do trabalho e as estratégias de integração económica no mercado português, introduzidas pelos imigrantes ou seus descendentes, esta Tese dedicou-se ao estudo dos empresários de origem imigrante residentes em Portugal, ilustrando a diversidade de estratégias empresariais de imigrantes a partir de três populações: a chinesa, que ilustrou as estratégias empresariais étnicas; a indiana que ilustra as estratégias familiares; e a cabo-verdiana que ilustra as estratégias pessoais. Tese OM aqui.

 

Coleção Imigração em Números

 

“Empregadores estrangeiros”, in Indicadores de integração de imigrantes: relatório estatístico anual 2018, de Catarina Reis Oliveira (coord.) e Natália Gomes, Coleção Imigração em Números, pp. 163-170, dezembro de 2018: Os estrangeiros continuam a ter maior número de empregadores por total de ativos que os nacionais, apresentando também uma evolução mais positiva nos anos de referência deste relatório, 2016 e 2017, que a verificada nos portugueses: estrangeiros trabalhadores por conta própria com crescimento de +5,2% versus apenas +0,9% nos portugueses. Relatório disponível aqui.

 

“Empregadores estrangeiros”, in Indicadores de integração de imigrantes: relatório estatístico anual 2016, de Catarina Reis Oliveira (coord.) e Natália Gomes, Coleção Imigração em Números, pp. 99-103, outubro de 2016: Entre 2012 e 2014 a taxa de variação dos empregadores estrangeiros foi positiva em +3,8%, enquanto a taxa para os empregadores portugueses foi negativa em -0,2%. Por outro lado, aumentou o peso relativo de empregadores estrangeiros no total de empregadores do país entre 2012 e 2014. Mantendo a tendência de anos anteriores, em 2014 as nacionalidades que mais contribuíram para o número de empregadores estrangeiros foram os brasileiros (20,6%) e os chineses (20,0%). Relatório disponível aqui.

 

“Situação na profissão: empregadores estrangeiros”, in Monitorizar a integração de imigrantes em Portugal: relatório estatístico decenal, de Catarina Reis Oliveira (coord.) e Natália Gomes, Coleção Imigração em números, pp. 81-84, dezembro de 2014: Segundo dados dos Censos, entre 1981 e 2011, a importância relativa de empregadores estrangeiros no total de empregadores do país passou de 1,4% para 5,2%. Este crescimento é ainda mais relevante se se considerar que de 1981 para 2011 a taxa de variação de empregadores estrangeiros foi seis vezes superior à registada para os portugueses. É interessante verificar ainda que a taxa de variação de empregadores estrangeiros entre 2001 e 2011 foi positiva em +15,2%, enquanto a taxa para os empregadores portugueses foi negativa em -7%. Deve atender-se, por outro lado, que nem todas as nacionalidades estrangeiras têm propensões semelhantes à iniciativa empresarial. Relatório disponível aqui.

 

Revista Migrações

 

Artigo REVISTA MIGRAÇÕES 11: “A globalização vista de baixo: um estudo sobre etnicidade, empreendedorismo e identidade de classe”, de Manuel Abrantes, pp. 57-78, setembro de 2013: Este artigo pretende estabelecer uma ponte entre a posição das minorias étnicas no mercado de trabalho e a literatura sobre classes globais emergentes. Em concordância com estudos anteriores, defende-se que é urgente colocar as narrativas pessoais e os processos de agência no coração do debate, procurando documentar a interação entre dinâmicas sistémicas de desigualdade e experiências em primeira mão. Com este intuito, apresenta-se uma análise exploratória de dados recolhidos sobre a experiência de imigrantes de origem brasileira na Holanda. Presta-se especial atenção aos relatos pessoais de integração e discriminação em contexto laboral, às perspetivas de desenvolvimento profissional e à reconfiguração da identidade de classe associada ao processo migratório. Argumenta-se que o laço existente entre a necessidade de sobrevivência económica, a mobilidade de classe descendente e o empreendedorismo pode não só explicar a erosão do sentimento de classe entre as minorias étnicas, mas também oferecer sementes da sua reconstrução. Artigo disponível aqui.

 

Artigo REVISTA MIGRAÇÔES 8: “A dimensão psico-social do empreendedorismo imigrante feminino”, de Frederica Rodrigues, Beatriz Padilla e Jorge Malheiros, pp. 93-122, abril de 2011: Este artigo pretende contribuir para a interpretação das consequências psico-sociais do empreendedorismo na população imigrante feminina da Europa de Leste, dos PALOP e do Brasil, em Portugal. Discutem-se três questões principais: i) em que medida o empresarialismo migrante feminino traz ancorados benefícios não económicos; ii) quais as consequências nos patamares do “eu” profissional, do “eu” social e do “eu” familiar; e iii) se há diferenças nos efeitos do empreendedorismo nos grupos nacionais de empresárias. Destaque-se a análise das implicações do trabalho por conta própria em domínios como a autonomia das mulheres imigrantes, o processo de conciliação entre as esferas profissional e familiar e as relações de género no âmbito do espaço doméstico. Artigo disponível aqui.

 

REVISTA MIGRAÇÕES 3, Volume Temático: Empreendedorismo imigrante, organizado por Catarina Reis Oliveira e Jan Rath, outubro de 2008: Este número temático procurou disponibilizar uma análise consistente dos impactos das diversas políticas de diferentes países de receção nas iniciativas empresariais de imigrantes a partir de vários exemplos: Canadá, Austrália, Inglaterra, Grécia, França e Portugal. Os estudos de caso selecionados permitem comparar países que optaram por desenvolver políticas que promovem a iniciativa empresarial e/ou a entrada de empresários imigrantes no país; países que têm um regime regulador relativamente liberal combinado com uma intervenção bastante expressiva do terceiro sector; e outros países que apresentavam regulações que inibiam o empreendedorismo imigrante. Atendendo a que à data de lançamento deste volume da Revista Migrações, Portugal estava a viver inúmeras mudanças na política nesta área (e.g. Lei de Imigração de 2007, Plano de Integração de Imigrantes, com várias medidas de apoio e promoção do empreendedorismo imigrante), a publicação integrou uma seção só focada no caso português, com 4 artigos que consideraram os determinantes para a evolução do empreendedorismo imigrante no país, com uma análise dos impactos do enquadramento legal e institucional ao longo dos anos, das trocas entre as economias dos países de origem e de acolhimento, e do empreendedorismo olhado numa perspetiva de género. A revista integrou ainda uma terceira secção com 8 artigos de apresentação de reflexão acerca de vários programas e iniciativas de apoio ao empreendedorismo imigrante, nacionais e internacionais, tanto governamentais como da sociedade civil. Finalmente a revista contemplou dois artigos de opinião onde os autores apresentaram reflexões críticas acerca do tema, identificando as principais oportunidades e obstáculos associados ao empreendedorismo imigrante na União Europeia, em geral, e em Portugal, em particular, avançando com algumas recomendações neste domínio. Encontre este volume temático da revista aqui.