ESTUDO OM #71: Trajetórias de Refúgio: Análise de Género, Intersecionalidade e Políticas Públicas em Portugal, de Beatriz Padilla (Coord.), Thais França e Adriane Vieira, junho de 2022:
Este estudo foi desenvolvido a partir da perceção de que a perspetiva de género e a especificidade da mulher refugiada ainda é pouco aprofundada e levada em consideração tanto no desenho de políticas públicas focadas nas mulheres e nas suas famílias em Portugal, como nas investigações sobre a temática, com poucos estudos focados na experiência das mulheres refugiadas em Portugal. Em geral a literatura tradicional sobre migrações e refúgio, tal como em outros campos, assume que o refugiado é homem e em consequência analisa a experiência dos requerentes de asilo de sexo masculino, focando-se no acolhimento e integração sem considerar o papel de marcadores de diferença como o género, a raça, a classe social, a religião, a idade, entre outros. Contudo, a partir dessa visão do refúgio há uma homogeneização do sujeito de refúgio, o que ocasiona uma maior invisibilidade, acentuando as situações de vulnerabilidade para diferentes grupos. Partindo de uma perspetiva de género, este estudo visou compreender as trajetórias e experiências vivenciadas por mulheres em situação de refúgio em Portugal, especificamente na Área Metropolitana de Lisboa, e incluindo as refugiadas e famílias, que chegaram ao país por meio dos programas de recolocação, reinstalação, recolocação ad hoc (navios humanitários) ou de forma espontânea.
Estudo OM 71 disponível aqui e sumário aqui.