Esta dissertação de mestrado foi feita com uma abordagem qualitativa com vista a uma melhor compreensão de como se dão os processos de resiliência de mulheres migrantes forçadas em Portugal. Procurou, a partir do entendimento deste fenómeno construído socialmente, descobrir quais seriam as adversidades e recursos utilizados pelas participantes para significarem os seus próprios processos de resiliência, e as especificidades sobre o seu género. Utiliza o instrumento de relatos auto-biográficos para as mulheres discorrerem sobre assuntos referentes aos seus processos de migração, resiliência e género. Utiliza a análise de conteúdo para melhor compreender os relatos de biografia recolhidos. Os resultados sugerem que as áreas mais ligadas às adversidades, foram: trabalho, religião, política, violência e questões financeiras, situação jurídica, habitação, saúde e educação. Nos campos mais significados por recursos, estavam: trabalho, política, família, segurança, saúde, finanças, religião, integração e suporte institucional. Em relação às questões de género, nas adversidades destacam-se aspetos da ausência de suporte social, relação com o masculino e dificuldades com a maternidade. Entre os recursos ligados ao feminino, estavam o suporte entre mulheres, familiares, transgeracionais e a importância da figura materna. As questões financeiras e de trabalho, foram os únicos campos representados tanto no país de origem, como no de acolhimento, o primeiro ligado às adversidades e o segundo com aos recursos, respetivamente. Disponível aqui.