The migrant pay gap: Understanding wage differences between migrants and nationals
Um novo relatório da International Labour Organization (ILO), publicado a 1 de janeiro de 2021, apresenta uma análise global compreensiva da distância salarial dos migrantes, com base em dados de 49 países (incluindo 33 países de elevado rendimento e 16 países de baixo e médio rendimento) e de cerca de um quarto dos trabalhadores remunerados do mundo. Como principais conclusões deste relatório destacam-se as seguintes:
- Nos países de elevado rendimento os trabalhadores migrantes recebem em média cerca de 12,6% menos que os trabalhadores nacionais. Existem grandes variações entre países e em diferentes grupos salariais, com os trabalhadores migrantes a receberem em média até 42,1% menos que os nativos no Chipre e 71% menos que os nacionais no grupo dos trabalhadores pouco qualificados.
- Num mercado laboral já bastante desfavorável aos trabalhadores migrantes, as mulheres migrantes enfrentam uma dupla penalização salarial nos países de elevado rendimento, quer como migrantes quer como mulheres. Nestes países, a distância salarial entre os homens nacionais e as mulheres migrantes, por exemplo, é estimada em 20,9%, sendo muito maior que a distância agregada entre sexos (16,2%).
- A distância salarial dos migrantes alargou-se em muitos dos países de elevado rendimento, por comparação com as estimativas anteriores da ILO. A distância salarial estimada aumentou em mais de metade dos 20 países com as distâncias salariais mais significativas, por comparação com as estimativas reportadas no relatório de 2014/15. Nestes países, o aumento da distância salarial situou-se entre 1,3 e 26,4 pontos percentuais.
- Os trabalhadores migrantes estão entre os mais atingidos pela crise económica associada à pandemia COVID-19, quer em termos de perda de emprego quer através de um decréscimo de rendimentos dos que se mantêm a trabalhar.
- Os trabalhadores migrantes nos países de elevado rendimento tendem a receber menos do que os seus colegas nacionais da mesma categoria ocupacional, mesmo tendo níveis educacionais idênticos.
- Nos países de elevado rendimento, os trabalhadores migrantes têm maior probabilidade de trabalhar em empregos pouco qualificados e com baixa remuneração, que não correspondem às suas competências e nível educacional. Nestes países os migrantes com níveis mais elevados de educação têm menor probabilidade de conseguir empregos em categorias ocupacionais mais elevadas, por comparação com os trabalhadores não migrantes.
- Nos países de elevado rendimento, os trabalhadores migrantes estão sobrerrepresentados no sector primário e preenchem muito mais empregos no sector secundário do que os trabalhadores nacionais. Mais trabalhadores migrantes, e em particular mulheres, tendem a trabalhar sob contratos temporários ou em part-time.
Consulte aqui, na íntegra, este relatório.