A terceira edição do relatório “ILO Global Estimates on International Migrant Workers: Results and Methodology”, da Organização Internacional do Trabalho, apresenta as estimativas mais recentes do stock de trabalhadores migrantes internacionais, desagregado por idade, sexo, grupo de rendimento do país, e região, bem como a metodologia de estimação, tendo como ano de referência 2019. Os dados apresentados são anteriores ao início da pandemia COVID-19, oferecendo um ponto de referência em relação ao qual poderão ser analisadas no futuro as mudanças originadas pela pandemia.
Nos principais resultados apresentados neste relatório destacam-se os seguintes:
- A Organização Internacional do Trabalho estima que cerca de 169 milhões de pessoas são trabalhadores migrantes internacionais. Esta estimativa indica um aumento de 5 milhões (3%) de trabalhadores migrantes relativamente à estimativa de 2017 de 164 milhões de trabalhadores migrantes e um aumento de 19 milhões (12,7%) face à estimativa de 2013 de 150 milhões de trabalhadores migrantes.
- Os trabalhadores migrantes internacionais constituem 4,9% da força de trabalho global. A taxa de participação no mercado de trabalho dos migrantes é de 69,0%, mais elevada que a taxa de participação dos não migrantes, de 60,4%.
- As mulheres constituem 41,5% (70 milhões) dos trabalhadores migrantes e os homens 58,5% (99 milhões). O menor número de trabalhadoras migrantes pode ser explicado, por um lado, pela sua menor representação entre os migrantes internacionais (47,9%) e, por outro lado, pela sua baixa participação no mercado de trabalho, quando comparadas com os homens (59,8% vs. 77,5%). No entanto, a contribuição das trabalhadoras migrantes para a força laboral feminina dos países de acolhimento é mais elevada (5,2%) do que a contribuição dos homens migrantes para a força de trabalho masculina (4,6%).
- Os migrantes internacionais têm uma taxa de participação mais elevada no mercado de trabalho que os não migrantes, mas as taxas estão a diminuir em ambos os grupos. Em 2013, os trabalhadores migrantes constituíam 72,7% dos migrantes em idade de trabalho, mas apenas 70,0% em 2017 e 69,0% em 2019.
- A grande maioria dos trabalhadores migrantes internacionais têm entre 25 e 64 anos (86,5%), mas a proporção de jovens trabalhadores (entre os 15 e os 24 anos) está a aumentar: de 8,3% em 2017 para 10,0% em 2019.
- A maior parte dos trabalhadores migrantes concentram-se no sector dos serviços (66,2%), estando 26,7% na indústria e 7,1% na agricultura. As trabalhadoras migrantes estão particularmente representadas no sector dos serviços (79,9%), sendo que apenas 14,2% estão no sector da indústria e 5,9% no sector da agricultura. A distribuição dos trabalhadores migrantes do sexo masculino é mais equilibrada entre os sectores da indústria e dos serviços, com 35,6% dos homens empregados na indústria e 56,4% nos serviços; os restantes 7,9% dos trabalhadores migrantes do sexo masculino encontram-se no sector da agricultura.
- Mais de dois terços (113,9 milhões ou 67,4%) dos trabalhadores migrantes internacionais estão concentrados em países de elevado rendimento, aos quais acrescem 33 milhões (19,5%) de trabalhadores migrantes em países de rendimento médio-alto. Os trabalhadores migrantes constituem uma proporção substancial da força de trabalho dos países de elevado rendimento, com os trabalhadores migrantes do sexo masculino a perfazerem 18.7% da força de trabalho masculina e as trabalhadoras migrantes 17,6% da força de trabalho feminina.
- Os 169 milhões de trabalhadores migrantes internacionais estão distribuídos pelas principais regiões do mundo da seguinte forma: 37,7% na Europa e Ásia Central; 25,6% no continente americano; 14,3% nos países árabes; 14,2% na Ásia e no Pacífico; e apenas 8,1% em África. Em termos da origem dos trabalhadores migrantes, as regiões da Ásia e do Pacífico são a principal origem destes trabalhadores (cerca de um terço dos trabalhadores).
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Conheça também aqui a infografia que resume os principais resultados.